quarta-feira, 16 de março de 2011

A Criança na Visão Espírita


Compreendemos, pois, que a criança é o Espírito eterno que ora reinicia a sua aprendizagem no mundo, trazendo consigo ao renascer uma bagagem de experiências multi- milenares, mas carregando também em si mesma, o germe de seu aperfeiçoamento.
Seu objetivo na Terra: EVOLUIR, desenvolver sua potencialidade interior, compreender a sim mesma e ao mundo que a cerca, corrigir os erros cometidos no passado, superar os próprios defeitos, desenvolvendo assim,
gradativamente, o germe da perfeição que carrega em sim mesma, como herança Divina.
"Ó espíritas! compreendei hoje o grande papel da Humanidade; compreendei que quando produzis um corpo, a alma que nele se encarna vem do espaço para progredir; sabei vossos deveres e colocai todo o vosso amor em aproximar essa alma de Deus:" (O Evangelho Segundo o Espiritismo - c ap. XIV.9)
Em o Livro dos Espíritos, questão 132, observamos o mesmo ensinamento:
"Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos? R: - Deus lhes impõe a encarnação com o objetivo de fazê- los chegar à perfeição. Para alguns é uma expiação, para outros é uma missão. T odavia, para alc anç arem essa perfeição, devem suportar todas as vicissitudes da existência corporal; nisto é que está a expiação (. . .)"
" A ação dos seres corpóreos é necessária à marcha do Universo, mas Deus, em sua sabedoria, quis que, por essa mesma ação, eles encontrassem um meio de progredir e de se aproximarem dele. É assim que, por uma lei admirável de sua providência, tudo se encadeia, tudo é solidário na Natureza."
Vejamos, pois, os ensinamentos que a Doutrina Espírita nos oferece, de forma segura e clara, através das obras de Kardec , sobre o espírito em sua nova fase evolutiva, ao reencarnar.
Os Espíritos nos ensinam que a união da alma ao corpo se inicia no momento da concepção, mas apenas se completa no nascimento.
"Em que momento a alma se une ao corpo? - A união começa na concepção, mas não se completa senão no momento do nascimento. Desde o momento da concepção, o Espírito designado para habitar tal corpo, a ele se liga por um laço fluídico que vai se apertando, cada vez mais, até que a criança nasça; o grito que se escapa, então da criança, anuncia que ela se encontra entre os vivos e servidores de Deus." (O livro dos Espíritos - pgta. 344) Os Espíritos nos ensinam também que desde o berço a criança manifesta os instintos bons ou maus que traz de sua existência anterior: " Desde o berço, a c riança manifesta os instintos bons ou maus que traz de sua existência anterior; é a estudá- los que é preciso se aplicar; todos os males têm seu princípio no egoísmo e no orgulho; espreitai, pois, os menores sinais que revelem os germes desses víc ios, e emprenhai- vos em combatê- los, sem esperar que lanc em raízes profundas; (...)" (O Evangelho Segundo o Espiritismo - c ap. XIV.9)
Aprendemos também que as fac uldades inerentes ao Espírito reenc arnante somente se manifestam gradualmente, de acordo com o desenvolvimento dos órgãos.
"Ao nascer, o Espírito rec obra imediatamente a plenitude de suas faculdades? R.- Não, elas se desenvolvem gradualmente, de acordo c om o desenvolvimento dos órgãos. É para ele uma nova existência e é necessário que aprenda a se servir dos seus instrumento. As idéias lhe tornam pouco a pouco, como um homem que sai do sono e se encontra em posiç ão diferente da que tinha na véspera." (O Livro dos Espíritos - pgta.352)
O mesmo ensinamento observamos em O Evangelho Segundo o Espiritismo, c ap. VIII.4:
"A partir do nascimento, suas idéias retomam gradualmente impulso, à medida que se desenvolvem os órgãos; de onde se pode dizer que, durante os primeiros anos, o Espírito é verdadeiramente crianç a, porque as idéias que formam o fundo do seu caráter estão ainda adormecidas. Durante o tempo em que seus instintos dormitam ele é mais flexível e, por isso mesmo, mais acessível às impressões que podem modificar sua natureza e fazê- lo progredir, o que torna mais fácil a tarefa imposta aos pais."
A manifestação do Espírito necessita ser proporcional à fragilidade do corpinho infantil, como percebemos neste trecho:
"Seria preciso, aliás, que a atividade do princípio inteligente fosse proporcional à fraqueza do corpo que não poderia resistir a uma atividade muito grande do Espírito, assim como se vê entre as crianças muito precoces." (O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. VIII- 4)
Uma criança, pois, embora sendo um Espírito eterno, reencarnado, tem a manifestação de sua inteligência limitada, não possuindo a mesma intuição de um adulto.
Á medida em que os órgãos se desenvolvem, gradualmente sua bagagem interior começa a se manifestar.
"Quando ele é c rianç a, é natural que os órgãos da inteligência, não estando desenvolvidos, não podem dar- lhe a intuição de um adulto. Ele tem, com efeito, a inteligência muito limitada enquanto a idade faz amadurecer sua razão. A perturbação que acompanha a reencarnação não c essa subitamente no momento de nascer; ela não se dissipa senão gradualmente com o desenvolvimento dos órgãos." (O Livro dos Espíritos - pgta.380)
Kardec reforça a assertiva dos Espíritos com o comentário: "Uma observação vem em apoio desta resposta: é que os sonhos, em uma criança, não têm caráter dos de um adulto; seu objeto é quase sempre pueril, o que é indício da natureza das preocupações do Espírito."
O objetivo do Espírito ao reencarnar é se aperfeiçoar e a fase infantil é a mais propícia à ação educativa.
" O Espírito se enc arnando para se aperfeiçoar, é mais acessível, durante esse período, às impressões que recebe e que podem ajudar o seu adiantamento, para o qual, devem contribuir aqueles que estão encarregados da sua educação." (O Livro dos Espíritos - pgta. 383)
Os ensinamentos dos Espíritos são c laros:
O homem é um ser perfec tível, carregando em si o germe de seu aperfeiçoamento.
O Espírito reencarna para se aperfeiçoar, evoluir.
A união da alma e do corpo se inicia na concepç ão e se completa no nasc imento.
Desde o berço, a c rianç a manifesta os instintos bons ou maus que traz de sua existência anterior.
A partir do nascimento, suas idéias retomam gradualmente impulso, à medida que se desenvolvem os órgãos.
As faculdades do Espírito somente se manifestam gradativamente, de acordo com o desenvolvimento dos órgãos.
O Espírito se enc arnado para se aperfeiçoar, é mais ac essível, durante esse período, às impressões que recebe e que podem ajudar o seu adiantamento, para o qual devem contribuir aqueles que estão enc arregados da sua educação.
Do livro Educ aç ão do Espírito. Introduç ão à Pedagogia Espírita.
Walter Oliveira Alves