“Somente a educação pode reformar os homens”, Allan Kardec, L.E. q. 796
No Jornal da Manhã de 04 de setembro de 2001 Nery Porchia nos esclarece, "Sem dúvida alguma a educação espírita tem seu alicerce em Hippolyte Leon Denizard Rivail, discípulo de Pestalozzi, que durante trinta anos, como Educador escreveu inúmeras obras que modificaram e firmaram o panorama do ensino francês do século XIX."
Em Yverdum, na escola de Pestalozzi dedicou-se de corpo e alma aos estudos do método do mestre, que era muito requisitado em toda Europa para mostrar e difundir a sua pedagogia criando institutos de educação nos moldes do seu estabelecimento em Yverdum.
Nessas ausências Pestalozzi confiava ao jovem Denizard Rivail a função de substituí-lo na direção.
Discípulo que se tornou mestre, correspondia à confiança que recebia .
Bacharelara-se em letras e ciências e doutorado em medicina, após brilhante defesa de sua tese.
O Professor Rivail tinha formação eclética, dominava várias línguas – inglês, italiano, alemão, espanhol e holandês, além do francês, claro. Seu trabalho de tradução de inúmeras obras, em especial do alemão, enriqueceram a cultura dos seus contemporâneos com os novos conhecimentos dessas obras.
Seu ecletismo se mostrava por ministrar aulas de matemática, química, física, astrologia, biologia e anatomia comparada e, o mais importante, fazia-o sem qualquer remuneração dando ênfase à sua vocação educacional, aliada a um sentimento de solidariedade.
Em Paris não foi bem sucedido numa empreitada ao abrir uma escola nos moldes da de Pestalozzi, pela dissídia de seu sócio que o levou à falência, mas que não o desanimou, continuando seus estudos e aulas particulares.
Pelas suas qualidades morais e intelectuais se tornou membro de várias sociedades de sábios, sendo premiado em 1831 na Academia Real d’Arras com a apresentação da tese ‘Qual o sistema de estudo mais em harmonia com as necessidades da época?’.
Sua produção de obras pedagógicas e sobre a educação como princípio básico da formação do homem o tornaram o expoente da educação na Europa, justificando o título de “discípulo e sucessor” de Pestalozzi.
Portanto, se como Allan Kardec, nome que adotou a partir de 1831, se tornou o codificador da Doutrina Espírita, muito antes já era consagrado como educador e seus trabalhos eram merecidamente exaltados.
Segundo a educadora Dora Incontri, em sua tese de doutorado em Educação, junto à Faculdade de Educação da USP, a educação espirita pode ser vista sob três perspectivas.
Que acabam se unificando, pois um deriva do outro e formam juntos uma visão única.
Espiritismo como Educação. Segundo a autora, a essência do Espiritismo é a Educação, pois como doutrina o espiritismo abrange o tríplice aspecto – científico, filosófico e religioso. O fim é a evolução do homem e esta evolução deriva do processo pedagógico.
A Educação do Espírito o o principal da proposta espírita.
A autora fala ainda que “se o Espiritismo é uma síntese cultural, abrangendo todas as áreas do conhecimento, seu ponto de unificação é justamente a Pedagogia.
A Educação Segundo o Espiritismo – Para a formulação pedagógica totalmente espírita, é necessário o convencimento dos fundamentos básicos codificados por Kardec.
O educador espírita se dedica com quaisquer crianças e adultos.
“Se a verdadeira Educação se dá quando se desperta um processo evolutivo no educando, este processo poderá ser desencadeado em qualquer ser humano, tenha ele a cultura que tiver, seja ele partidário da religião que for”
Segundo este conceito é preciso se fixar na idéia de que educar espiritualmente não significa, necessariamente, educar para o Espiritismo.
Kardec já recomendava que o verdadeiro Espírita não exerce proselitismo, não procura influenciar pessoas para aceitarem os conceitos do Espiritismo.
O mérito do educador espírita no trato com não espíritas está na forma de ensinar e não impor suas convicções doutrinárias.
O Ensino Espírita – Aqui se refere especificamente ao estudo, à Educação dentro dos postulados da Doutrina Espírita.
É exigido daqueles que a promovem uma compreensão clara e uma prática engajada da Pedagogia Espírita, se não estará fazendo catequese, ensino formal de uma religião, sem compromissos mais profundos.
“Na linha conceitual que temos seguido aqui (nota: na sua tese) é evidente que o ensino espírita não poderá ser mera transmissão de conteúdos, mas o despertar de uma consciência espiritual”
No seu livro Pedagogia Espírita J. Herculano Pires, nos mostra essa visão do Espiritismo, afirmando “O Livro dos Espíritos é um manual de Educação Integral oferecido à Humanidade para a sua formação moral e espiritual na Escola da Terra”.
Esse mestre do espiritismo nos oferece para reflexão o conceito de que a terra é uma escola, neste planeta o espírito adquire suas qualidades morais e éticas, através do estudo e da assimilação dos ensinamentos do Mestre Jesus.
É muito importante se anotar que a educação espírita, no seu conceito mais puro não deve ser exercida de forma autoritária e conservadora, não tratar os educandos como ouvintes passivos. Deve ser adotada uma metodologia própria, de forma a provocar o “insight” do educando.
São recomendados seminários, debates, reuniões de estudo em que todos participantes possam ter voz, colocando com liberdade e, porque não, humildade, suas dúvidas e questionamentos que deseja fazer.
Aí vemos as duas figuras que formam o processo educacional – o educador e o educando, cada qual com a sua participação e importância.
Ao educador cabe a tarefa de estimular o desenvolvimento das potencialidades do educando, comparando-se ao escultor que toma de uma pedra bruta e a transforma em obra de arte.
E nesse processo existirá, com certeza, a interação educador-educando, de forma que o educador também aprende, embora em níveis diferentes.
Não se imagina um educando passivo, mas cabe ao educador conduzi-lo a encontrar por si mesmo, e na maioria das vezes no seu interior, a solução dos seus problemas.
Segundo o que aprendemos não somos espíritos que nascemos simples e ignorantes?
Então, na Escola da Terra a educação espírita nos levará à transformação espiritual.
Na obra ‘Fora da Educação não há salvação’, de Manuel Portásio , vamos ler “O educando deve ser conscientizado de que é um indivíduo livre para agir, no sentido que escolher. Todavia, precisa saber que essa liberdade traz consigo a responsabilidade, já que todo ato, todo gesto, gera conseqüências.
E não se pode transferir para terceiros a responsabilidade que nos cabe com exclusividade.
O educando, enfim, deve assumir seu papel no mundo, comandado seu próprio processo educacional, já que lhe cabe construir sua própria criação, como lembrava Rui Barbosa”.
Allan Kardec nos legou o seu Pentateuco, que são os cinco livros básicos da educação espírita. Como pedagogo, ali estão todas as lições que precisamos buscar para a educação integral do espírito.
E uma das suas colocações que precisamos ter em mente é a que se refere à educação dos hábitos:
“Há um elemento que não se ponderou bastante, e sem o qual a ciência econômica não passa de teoria: a educação.
Não a educação intelectual, mas a moral, e nem ainda a educação moral pelos livros, mas a que consiste na arte de formar caracteres, aquela que cria hábitos, porque educação é conjunto de hábitos adquiridos” (L.E.m q. 685ª.)
No Jornal da Manhã de 04 de setembro de 2001 Nery Porchia nos esclarece, "Sem dúvida alguma a educação espírita tem seu alicerce em Hippolyte Leon Denizard Rivail, discípulo de Pestalozzi, que durante trinta anos, como Educador escreveu inúmeras obras que modificaram e firmaram o panorama do ensino francês do século XIX."
Em Yverdum, na escola de Pestalozzi dedicou-se de corpo e alma aos estudos do método do mestre, que era muito requisitado em toda Europa para mostrar e difundir a sua pedagogia criando institutos de educação nos moldes do seu estabelecimento em Yverdum.
Nessas ausências Pestalozzi confiava ao jovem Denizard Rivail a função de substituí-lo na direção.
Discípulo que se tornou mestre, correspondia à confiança que recebia .
Bacharelara-se em letras e ciências e doutorado em medicina, após brilhante defesa de sua tese.
O Professor Rivail tinha formação eclética, dominava várias línguas – inglês, italiano, alemão, espanhol e holandês, além do francês, claro. Seu trabalho de tradução de inúmeras obras, em especial do alemão, enriqueceram a cultura dos seus contemporâneos com os novos conhecimentos dessas obras.
Seu ecletismo se mostrava por ministrar aulas de matemática, química, física, astrologia, biologia e anatomia comparada e, o mais importante, fazia-o sem qualquer remuneração dando ênfase à sua vocação educacional, aliada a um sentimento de solidariedade.
Em Paris não foi bem sucedido numa empreitada ao abrir uma escola nos moldes da de Pestalozzi, pela dissídia de seu sócio que o levou à falência, mas que não o desanimou, continuando seus estudos e aulas particulares.
Pelas suas qualidades morais e intelectuais se tornou membro de várias sociedades de sábios, sendo premiado em 1831 na Academia Real d’Arras com a apresentação da tese ‘Qual o sistema de estudo mais em harmonia com as necessidades da época?’.
Sua produção de obras pedagógicas e sobre a educação como princípio básico da formação do homem o tornaram o expoente da educação na Europa, justificando o título de “discípulo e sucessor” de Pestalozzi.
Portanto, se como Allan Kardec, nome que adotou a partir de 1831, se tornou o codificador da Doutrina Espírita, muito antes já era consagrado como educador e seus trabalhos eram merecidamente exaltados.
Segundo a educadora Dora Incontri, em sua tese de doutorado em Educação, junto à Faculdade de Educação da USP, a educação espirita pode ser vista sob três perspectivas.
Que acabam se unificando, pois um deriva do outro e formam juntos uma visão única.
Espiritismo como Educação. Segundo a autora, a essência do Espiritismo é a Educação, pois como doutrina o espiritismo abrange o tríplice aspecto – científico, filosófico e religioso. O fim é a evolução do homem e esta evolução deriva do processo pedagógico.
A Educação do Espírito o o principal da proposta espírita.
A autora fala ainda que “se o Espiritismo é uma síntese cultural, abrangendo todas as áreas do conhecimento, seu ponto de unificação é justamente a Pedagogia.
A Educação Segundo o Espiritismo – Para a formulação pedagógica totalmente espírita, é necessário o convencimento dos fundamentos básicos codificados por Kardec.
O educador espírita se dedica com quaisquer crianças e adultos.
“Se a verdadeira Educação se dá quando se desperta um processo evolutivo no educando, este processo poderá ser desencadeado em qualquer ser humano, tenha ele a cultura que tiver, seja ele partidário da religião que for”
Segundo este conceito é preciso se fixar na idéia de que educar espiritualmente não significa, necessariamente, educar para o Espiritismo.
Kardec já recomendava que o verdadeiro Espírita não exerce proselitismo, não procura influenciar pessoas para aceitarem os conceitos do Espiritismo.
O mérito do educador espírita no trato com não espíritas está na forma de ensinar e não impor suas convicções doutrinárias.
O Ensino Espírita – Aqui se refere especificamente ao estudo, à Educação dentro dos postulados da Doutrina Espírita.
É exigido daqueles que a promovem uma compreensão clara e uma prática engajada da Pedagogia Espírita, se não estará fazendo catequese, ensino formal de uma religião, sem compromissos mais profundos.
“Na linha conceitual que temos seguido aqui (nota: na sua tese) é evidente que o ensino espírita não poderá ser mera transmissão de conteúdos, mas o despertar de uma consciência espiritual”
No seu livro Pedagogia Espírita J. Herculano Pires, nos mostra essa visão do Espiritismo, afirmando “O Livro dos Espíritos é um manual de Educação Integral oferecido à Humanidade para a sua formação moral e espiritual na Escola da Terra”.
Esse mestre do espiritismo nos oferece para reflexão o conceito de que a terra é uma escola, neste planeta o espírito adquire suas qualidades morais e éticas, através do estudo e da assimilação dos ensinamentos do Mestre Jesus.
É muito importante se anotar que a educação espírita, no seu conceito mais puro não deve ser exercida de forma autoritária e conservadora, não tratar os educandos como ouvintes passivos. Deve ser adotada uma metodologia própria, de forma a provocar o “insight” do educando.
São recomendados seminários, debates, reuniões de estudo em que todos participantes possam ter voz, colocando com liberdade e, porque não, humildade, suas dúvidas e questionamentos que deseja fazer.
Aí vemos as duas figuras que formam o processo educacional – o educador e o educando, cada qual com a sua participação e importância.
Ao educador cabe a tarefa de estimular o desenvolvimento das potencialidades do educando, comparando-se ao escultor que toma de uma pedra bruta e a transforma em obra de arte.
E nesse processo existirá, com certeza, a interação educador-educando, de forma que o educador também aprende, embora em níveis diferentes.
Não se imagina um educando passivo, mas cabe ao educador conduzi-lo a encontrar por si mesmo, e na maioria das vezes no seu interior, a solução dos seus problemas.
Segundo o que aprendemos não somos espíritos que nascemos simples e ignorantes?
Então, na Escola da Terra a educação espírita nos levará à transformação espiritual.
Na obra ‘Fora da Educação não há salvação’, de Manuel Portásio , vamos ler “O educando deve ser conscientizado de que é um indivíduo livre para agir, no sentido que escolher. Todavia, precisa saber que essa liberdade traz consigo a responsabilidade, já que todo ato, todo gesto, gera conseqüências.
E não se pode transferir para terceiros a responsabilidade que nos cabe com exclusividade.
O educando, enfim, deve assumir seu papel no mundo, comandado seu próprio processo educacional, já que lhe cabe construir sua própria criação, como lembrava Rui Barbosa”.
Allan Kardec nos legou o seu Pentateuco, que são os cinco livros básicos da educação espírita. Como pedagogo, ali estão todas as lições que precisamos buscar para a educação integral do espírito.
E uma das suas colocações que precisamos ter em mente é a que se refere à educação dos hábitos:
“Há um elemento que não se ponderou bastante, e sem o qual a ciência econômica não passa de teoria: a educação.
Não a educação intelectual, mas a moral, e nem ainda a educação moral pelos livros, mas a que consiste na arte de formar caracteres, aquela que cria hábitos, porque educação é conjunto de hábitos adquiridos” (L.E.m q. 685ª.)
Postado por Gilnei Teixeira DEDO CRE10.